Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
6 de Maio de 2024
    Adicione tópicos

    Em Pirenópolis a arte define qual roteiro seguir

    há 14 anos

    Goiânia - A cidade de Pirenópolis (a 123 km de Goiânia), além de ser um dos principais pontos turísticos do Estado de Goiás, tem sido palco, há a um ano e meio, do Circuito de Criação de Pirenópolis. Fruto da iniciativa de seis artífices, o projeto visa propor aos turistas um roteiro de passeio diferenciado.

    Cláudia Azeredo, Cristina Galeão, Mercedes Monteiro, Roque Pereira, Rosane Régis e Vera Michels, artesãos que atuam em diferentes áreas artísticas, desenvolveram a ideia por aproximadamente dois anos, antes de criarem o folder que tem como objetivo maior destacar a excelência de seus trabalhos, como ressalta a designer de tecido, especialista em cores, Cláudia Azeredo.

    Os parceiros do projeto são eles mesmos. Ainda não há patrocinadores, segundo Azeredo. Cada um traz seu próprio conhecimento. O primeiro patrocínio do Circuito será o da Feira Literária de Pirenópolis (Flipiri), em 2011, onde os artesãos irão realizar uma intervenção artístico-urbana que terá como tema o livro-objeto. Trata-se de mostrar o livro como uma expressão artística e não somente como expressão literária, esclarece a designer.

    Roteiro

    O Circuito nasceu da necessidade de aproximar o público do ambiente interno do ateliê, esclarece a ceramista, formada em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília (UnB), Cristina Galeão. O grupo percebeu que o turista procurava por algo assim. O visitante acompanha todo o processo de criação da peça, o que agrega mais valor ao trabalho artístico. O roteiro do Circuito não possui ordem fixa de trajeto, pois não há um guia. Os próprios artesãos indicam o próximo ateliê a ser visitado. O passeio não tem custo para o turista.

    Segundo Cláudia Azeredo, o primeiro benefício que o Circuito trouxe ao grupo foi a visibilidade, já que se trata de um trabalho diferenciado. O segundo é a colaboração. Além de cada um ter um trabalho particular, nos unimos para realizar trabalhos conjuntos, como pesquisas e produções.

    A ceramista Cristina Galeão sugere que os artesãos realizem seus trabalhos com paixão, pois com isso o artista descobre sua identidade. Precisamos de artesãos/artistas que tenham a sua própria cara. O mercado existe para criações originais, afirma. Cristina diz perceber que a maior dificuldade dos artífices é justamente a de se encontrar. Já para a designer Cláudia, valorizar o trabalho em grupo também é fundamental para a excelência, já que garante a troca de ideias. A compreensão da arte do outro gera o trabalhar generosamente, completa.

    O processo de criação

    Tudo encanta as pessoas, desde o local do ateliê, o quintal de uma casa tradicional até o equipamento, afirma Cristina, que há 15 anos vive em Pirenópolis. A ceramista, que tem 49 anos, natural de Bagé (RS), antes de se tornar artesã foi professora de Artes em Brasília. Em seus trabalhos, Cristina utiliza argila natural (não industrializada). Dessa forma, em seu quintal os turistas podem ver os tanques usados para decampar a argila, que possui bastante matéria orgânica e precisa descansar até que raízes, galhos e folhas se decomponham. Todo esse cuidado garante peças únicas e com melhor acabamento.

    Cristina Galeão trabalha com cores em tons pastel, já que sua matéria-prima vem da própria natureza e destaca ícones, como os mascarados de Pirenópolis, o Divino Espírito Santo, o cerrado e seus animais. Meus clientes são pessoas que apreciam arte, como arquitetos, decoradores e artistas, esclarece. De acordo com a ceramista sua produção mensal varia conforme as encomendas e não há um número fixo de quantidade.

    A designer e arquiteta Cláudia Azeredo, natural da Argentina, veio para o Brasil com 11 anos de idade, morou em São Paulo até 1982, quando se mudou para Brasília para dar (SP) aulas na UnB. Em 83 comprou uma casa em Pirenópolis e, em 87, começou a trabalhar com artesanato. De lá para ca são 27 anos de história na cidade.

    Segundo Cláudia, o que mais chama a atenção em seu processo de criação é o rigor do fazer, que exige a responsabilidade de se realizar um trabalho bem feito. Todas as peças são riscadas uma a uma e tecidos que apresentem algum problema, como, por exemplo, descoloração, são descartados. O produto final deve garantir durabilidade aproximada de 15 anos.

    A organização é o que mais destaca o trabalho de Cláudia Azeredo, como ela mesma destaca. O estoque é organizado por cor. O trabalho tem etapas bem definidas, completa. A designer também reaproveita as pequenas peças de tecido que sobram para realizar outros trabalhos. Não há desperdício em seu modo de produção. Minha média de produção tem sido pouca, 20 a 30 peças por mês, esclarece. Quanto ao perfil de seus clientes, como ela mesma define, são os amantes da arte. O preço é variado, pois depende de cada produto.

    Em que o Sebrae pode contribuir

    De acordo com o coordenador estadual do Programa de Cultura e Entretenimento do Sebrae em Goiás, Décio Tavares Coutinho, a instituição pode apoiar no processo de tematização e conceituação da intervenção que o roteiro proporciona na cidade e, dessa forma, preparar e potencializar as oportunidades de renda e valorização da cultura. Podemos gerar informações, serviços, produtos e subprodutos do roteiro que possibilitem sua sustentabilidade social, econômica e ambiental, explica o coordenador.

    Décio também ressalta que, com o apoio do Sebrae, podem-se criar relações com outros parceiros e assim favorecer a articulação local, regional e nacional da arte e cultura, possível alvo do circuito. Também podemos apoiar a comunicação e divulgação entre os demais escritórios regionais do Sebrae, por meio de nosso portal e da Agência Sebrae de Notícias (ASN/GO), exemplifica. O Sebrae em Goiás, segundo Décio, já vem realizando diagnósticos, mapeamentos e capacitações desde 2003, além de consultorias, apoio a participação em feiras e eventos, e redes de cultura em todo o Estado.

    Serviço:

    Circuito de Criação de Pirenópolis

    Data: permanente

    Hora: horário comercial

    Contatos:

    Ateliê Adobe Cristina Galeão designer e ceramista (62) 3331-1333 adobeceramica@gmail.com

    Ateliê Vera Michels decoração e desenho (62) 3331-3460 veramichels@yahoo.com.br

    Cláudia Azeredo designer em tecido (62) 3331-1328 claudiazeredo@uol.com.br

    Pau de Lenho Roque Pereira mobiliário ecossustentável (62) 3331-1084

    Rosane Régis designer de jóias artesanais (62) 3331-3148 rosaneregis07@gmail.com

    Tissume Mercedes Monteiro tecelã (62) 3331-1721 www.tissume.com.br e tissume.mercedes@globo.com

    Agência Sebrae de Notícias (ASN/GO): (62) 3250-2268

    • Sobre o autorOs pequenos negócios em pauta.
    • Publicações15189
    • Seguidores224
    Detalhes da publicação
    • Tipo do documentoNotícia
    • Visualizações219
    De onde vêm as informações do Jusbrasil?
    Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/em-pirenopolis-a-arte-define-qual-roteiro-seguir/2385963

    0 Comentários

    Faça um comentário construtivo para esse documento.

    Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)