Edifício do Sebrae Nacional é tema de debate em Brasília

Brasília A valorização da terra e do céu de Brasília foram os elementos naturais que serviram como ponto de partida para que os arquitetos Álvaro Puntoni e Luciano Margotto projetassem um dos edifícios mais arrojados da arquitetura contemporânea da capital federal, a sede do Sebrae Nacional.

O casamento entre arquitetura e arte foi o tema debatido na quarta-feira (7) com uma plateia de cerca de 200 estudantes e profissionais durante a sexta edição do Abradi Papo Design, evento promovido pela Associação Brasiliense dos Designers de Interiores (Abradi), no shopping CasaPark.

Recebidos pelo arquiteto curitibano radicado em Brasília Sérgio Parada, Puntoni e Margotto mostraram a evolução da projeção e construção do edifício, que já acumula prêmios e reconhecimento da crítica. Nosso maior desafio era fazer um edifício em Brasília, revelou Luciano Margotto, referindo-se ao conjunto arquitetônico que a cidade abriga e que a levou a ser tombada como patrimônio histórico federal e reconhecida pela Unesco como patrimônio cultural da humanidade.

A flexibilidade dos escritórios e a luminosidade do prédio, com vista para um dos cartões postais naturais da cidade, o Lago Paranoá, foram destacadas pelos arquitetos como pontos importantes do projeto. O espaço térreo, do chão, e o céu da cidade, que é tão bonito, tinham que ser valorizados, destacou Álvaro Puntoni.

Responsáveis por projetos como o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck e os postos policiais das entrequadras do plano piloto de Brasília, Sérgio Paradas disse que o projeto do Sebrae é importante porque respeita o que já foi produzido arquitetonicamente na cidade e ainda traz uma visão contemporânea, um novo olhar do histórico.

No evento também foi apresentado um vídeo com um depoimento de 13 minutos do artista plástico Ralph Gehre, autor do painel de azulejos instalado no pátio do térreo inferior do edifício.

Identidade

Além de elogiar a dimensão da obra, ele explicou como foi importante aplicar as técnicas aprendidas com Athos Bulcão, de quem foi aluno, imprimindo sua característica na obra. A forma dos azulejos é de um gavião azul, tendo um ovo em uma das bordas.Foi um processo conflituoso, mas muito bem-sucedido, disse.

Para o vice-presidente da Abradi, Hélio Albuquerque, a cidade vem ganhando um novo olhar dos mestres que a construíram. Pensa-se muito em Oscar Niemeyer, Lúcio Costa e Athos Bulcão quando se refere à arquitetura de Brasília. Mas o que vemos é que há novos nomes aí, sem que essa influência dos grandes deixe de existir, porque eles serão sempre influentes, afirmou.

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